Autor(es): Leilane Oliveira Chaves, Christian Brannstrom, Edson Vicente da Silva
Resumo: Os estudos sobre pluriatividade continuamente abordam as estruturas sociais e econômicas das famílias do meio rural em ambientes terrestres. No entanto, trabalhos de Sacco dos Anjos, et al. (2012); Santos (2015) e Santos e Brannstrom (2015) emergem na inclusão de usuários de recursos costeiros, os pescadores tradicionais, nas discussões sobre pluriatividade. Assim, o presente artigo analisa a pluriatividade em uma comunidade pesqueira no litoral leste do Ceará, com base na aplicação de 23 questionários com representantes do núcleo residencial. O estudo indica as principais modalidades da pluriatividade (famílias pesqueiras, famílias pluriativas e famílias não pesqueiras), mostrando que as atividades relacionadas aos recursos naturais, quando realizadas isoladamente, são insuficientes para a subsistência das famílias. Pensões e políticas sociais ajudam as famílias a manter a pluriatividade. O estudo colabora na ampliação das discussões acerca da pluriatividade em áreas costeiras e na análise das interferências de grandes projetos de desenvolvimento na pluriatividade, mostrando que a diversidade de atividades ocorre muito mais por necessidade do que por escolha do núcleo familiar, mas podem atenuar a pressão sobre o uso de recursos naturais e aumentar o controle das práticas tradicionais nesses ambientes, contribuindo para uma melhor planejamento e gestão dos territórios tradicionais.